PERNIZILA: pobre de vez.

[PERNIZILA]

Já faz um certo tempo que vc mencionou essa HQ aqui, queria agradecer pela indicação da HQ Turma da Monica - Laços. Me emocionou...

<Mode Alexandre Lopes on> "Cara",mode Alexandre Lopes off>,
Se vc gostou, leia também a do Astronauta, a do Chico e a do Piteco. Muito boas também!
Abração!

[PERNIZILA]

[[Antonio]]

Caraca...ficou igualzinho....o Léo está de parabéns !!!!

[PERNIZILA]

Caraca...ficou igualzinho....o Léo está de parabéns !!!!

Eu gostei muito! E o preço também foi bem bacana...
Não tinha nada customizado na minha coleção e agora começo a pensar em mandar fazer um Chapolin, um Cobra Commander 6", um Jaspion...

[PERNIZILA]

DIA DE NERD FELIZ

Começo mais um dia resmungando da minha atual rotina, porém lembro-me rapidamente que hoje será diferente. Não irei “trabalhar”, apesar de ser uma sexta-feira, pois encontrarei-me com o resto da equipe do FDACAST, vinda de Porto Alegre e Jundiaí, para 2 compromissos importantes. Curiosamente, quando comecei a colecionar há alguns anos e quando fui convidado para participar do FDACAST há 3 anos, nunca pensei que teria um dia de compromissos e negócios relacionados a um de meus hobbies, mas hoje estou “matando” um dia de trabalho para isso.

Adiantado, aproveito o itinerário para levar minhas antigas HQs, a serem avaliados na Rika Comics, onde já comprei e vendi muita coisa. Infelizmente, não há mais o acervo aberto para o público, mas tive um agradável papo com o pessoal de lá, sobre o possível fim das HQs impressas num futuro desconhecido. Na saída, além de comunicar a patroa que mais um espaço no apartamento foi liberado com a despedida dos quadrinhos, recebo a ligação que meus comparsas estão nas redondezas, perdidos na selva de pedra paulistana.

Depois de um agradável almoço, contando já com a presença de todos, incluindo nosso cinegrafista oficial e seu parceiro parecido com o baterista Eric Singer, nos dirigimos ao nosso primeiro compromisso: o quartel do site Omelete. Caso você não saiba o que é o Omelete...(continua em http://www.fdacast.com.br/dia-de-nerd-feliz/)

[eduardoms]

Queria eu ter um dia desses,ia ser o melhor "dia morto" de serviço ...hehehehe!!

Parabéns ao pessoal do Fórum por esse Fdcast,fantástico trabalho

[.:Leocke:.]

Muito chique.

[jeca]

parabens , linda coleção

[PERNIZILA]

Valeu, galerinha!!!!!

[PERNIZILA]

Colecionar muitas vezes é tomar decisões difíceis. Não só financeiras, mas de espaço e de coerência, além de desapêgo em alguns momentos. No geral, encontro 2 tipos de colecionadores, se tratando de action figures e afins: os de bonecos e os de figuras “refinadas” (estátuas e Hot Toys).

A cronologia que exponho a seguir é baseada na minha experiência, dentro desse meio. Os relatos e os comentários estão amarrados aos fatos que vivi, desde o início da minha vida de colecionador, nos últimos 7-8 anos e, assim como a história do mundo, é passível de discussão e de discordância.

Acredito que todos os colecionadores seguiram os mesmos passos, uns mais rápidos e outros de foram mais lenta, iniciando sua paixão colecionista por hqs, animações e filmes (continua em http://www.fdacast.com.br/cabe-no-bolso-e-na-estante/)

[Balboa]

No meu caso eu só analiso o bolso, se dá, vai !
O espaço e estante que se f.. !

[Oz_]

Sempre disse isso: pra ser colecionador, não basta ter dinheiro pra comprar figuras, é preciso ter espaço pra exibi-las. Colecionador que enfurna caixas em armários eu não sou nem me interessa ser. Pra mim é fundamental expor minhas coleções, não pra mostrar pros outros, mas para o meu prazer mesmo, de ver minhas figuras arrumadas nas estantes de casa.

Só discordo dessa evolução, pois eu defeco e ando pra super-heróis, sejam Marvel, Image, ou qualquer outra editora. Só perdoo a DC por causa do único herói que adoro - o bom e velho Batman - , pelo meu personagem de HQs favorito - o Coringa - e por ter publicado a melhor HQ de todos os tempos - SANDMAN. Fora isso quero que essa gente espalhafatosa, fantasiada e maniqueísta se %$#@. Minha praia é CINEMA, SERIADOS DE TV, em especial os da minha infância e adolescência (anos 60 e 70).

Só lembrando que apesar de colecionar figuras há uns 22 anos, minhas principais coleções são e sempre foram de filmes e livros, minhas verdadeiras prioridades e que dominam minhas estantes.

Mas como sempre seus textos são ótimos, Pernizilla! Abração, cara!

[PERNIZILA]

Sempre disse isso: pra ser colecionador, não basta ter dinheiro pra comprar figuras, é preciso ter espaço pra exibi-las. Colecionador que enfurna caixas em armários eu não sou nem me interessa ser. Pra mim é fundamental expor minhas coleções, não pra mostrar pros outros, mas para o meu prazer mesmo, de ver minhas figuras arrumadas nas estantes de casa.

Só discordo dessa evolução, pois eu defeco e ando pra super-heróis, sejam Marvel, Image, ou qualquer outra editora. Só perdoo a DC por causa do único herói que adoro - o bom e velho Batman - , pelo meu personagem de HQs favorito - o Coringa - e por ter publicado a melhor HQ de todos os tempos - SANDMAN. Fora isso quero que essa gente espalhafatosa, fantasiada e maniqueísta se %$#@. Minha praia é CINEMA, SERIADOS DE TV, em especial os da minha infância e adolescência (anos 60 e 70).

Só lembrando que apesar de colecionar figuras há uns 22 anos, minhas principais coleções são e sempre foram de filmes e livros, minhas verdadeiras prioridades e que dominam minhas estantes.

Mas como sempre seus textos são ótimos, Pernizilla! Abração, cara!

Concordo contigo em relação à exposição e ao sentimento de ter o prazer de saborear, diariamente, a visão dos personagens preferidos na prateleira.
Entendo a sua posição de cinéfilo e colecionador antigo, mas não acho cabível negar que o "colecionismo sério" cresceu e se fortaleceu de poucos anos pra cá, na cronologia que comentei, para a maioria dos colecionadores, pelos seguintes motivos:
- paixão pelos personagens dos quadrinhos;
- enorme contribuição que o Figuras de Ação deu para esse tema, quando pouco se falava sobre o assunto;
- popularização dos personagens das HQs no cinema;
- nostalgia dos fãs de filmes das décadas de 80 e 90 (maior parte dos colecionáveis estão relacionados ao período).

Atualmente tenho pouquíssimas peças oriundas dos "gibis".
Maior parte da minha coleção também é nostálgica para mim, com peso grande nos filmes e nas animações da minha infância.

Agradeço pelo comentário! Abração!

No meu caso eu só analiso o bolso, se dá, vai !
O espaço e estante que se f.. !

Atualmente, analiso a cara da minha esposa quando digo que estou pensando em comprar algo...

[Eduardo_LLanos]

No meu caso eu só analiso o bolso, se dá, vai !
O espaço e estante que se f.. !

Atualmente, analiso a cara da minha esposa quando digo que estou pensando em comprar algo...[/quote]

É 2

[Hal Jordan]

Amigo, seu texto é muito bacana!
Mesmo assim, sem querer ser chato ( mas já sendo), algumas correções.

Propositalmente, ignorei as figuras Marvel de 5”, porque ainda eram confundidas com brinquedos.

Existe opinião e existe fato. Não importa o tamanho, a escala dos action figures. Eles são, em essência, brinquedos. E isso não é opinião, é um fato. A questão de coleciona-los de forma “séria” não muda sua origem. Uma coleção de caixas de cigarro, ainda que coleção, é composta por caixas de cigarro, que não mudam sua origem apenas pela intenção do colecionador. Um CD é um CD, independente de ser infantil, de rock ou de música clássica. Assim, não há confusão em relacionar figuras de 5’’ com brinquedos. Nem de 6’’, etc.

O próximo grande estágio, depois que os DC Directs e DC Super Heroes vieram na esteira dos Legends, foi quando a McFarlane Toys deu a seriedade que o mercado precisava e abriu o leque para as figuras de filmes.

A DC Direct veio antes da Marvel Legends Toy Biz (respectivamente, 1998 e 2002). A Mc Farlane, veio ainda antes: 1994. Mas muito antes disso, a Kenner já lançava figuras de filmes (Star Wars).

Talvez seu equívoco maior seja ignorar toda a história precedente, rica, nascida bem antes do advento da Marvel Legends. Peço licença para postar aqui um trecho de uma postagem minha, aqui mesmo no fórum, falando um pouco sobre a Kenner:

Colecionismo e paixão são, de fato, palavras indissociáveis. Você só coleciona aquilo que, de algum modo, aquece suas emoções, brinca com suas lembranças (ou manias), afaga seu ego ou desejos de fã. Os itens de uma coleção se comunicam mais com o mundo imaginário do colecionador do que com o mundo físico em si. (...)
Todo mundo tem uma série preferida, quando se fala em bonequinhos. Muitas vezes, uma empresa mais apreciada, um tamanho predileto. No meu caso, há um amor e uma espécie de gratidão a uma empresa que, se hoje não parece grande coisa, já foi um pilar do nosso colecionismo e, com toda a certeza, ajudou a revolucionar o mercado e estabelecer um formato (o padrão 3.75’ só é hoje tão aceito e apreciado porque a empresa investiu pesado no formato): A Kenner.
Os mais novinhos (ou novatos) talvez não reconheçam a Kenner como uma marca de sucesso. Com um fim um tanto melancólico, absorvida primeiro pela Tonka e, depois, pela Hasbro, a Kenner já foi responsável por duas das séries mais apreciadas, amadas e cultuadas do mundo das action figures. (...)
1978 foi um ano muito especial (...), a Kenner, fundada em 1947 pelos irmãos Steiner, em Ohio, preparava-se para sequestrar a atenção dos milhões de espectadores encantados com a mais inesquecível saga dos cinemas de todos os tempos, Guerra Nas Estrelas (que o tempo e o marketing nos obrigaram a “renomear” de Star Wars). Foi neste ano que a empresa lançou sua primeira série de figuras articuladas baseadas no filme que arrebanhou tantos fãs no ano anterior. Luke, Han Solo, Chewbacca, Leia, R2-D2, C-3PO, Ben Kenobi e o temível Darth Vader já davam o ar da graça logo de cara, numa coleção que, para época, apresentava uma qualidade inquestionável. (...)
Mas a Kenner não se acomodou com o sucesso de suas figuras baseadas na franquia dos Skywalkers. Em 1984, a empresa lançaria outra coleção cultuada até hoje pelos mais saudosistas, talvez uma das maiores referências em matéria de action figures: Super Powers! A série, que conseguia se aproximar bastante dos traços dos quadrinhos e, em certa medida, do popular desenho dos “Superamigos”, apresentava os grandes figurões da DC Comics em bonecos bonitos, vistosos, que enchiam os olhos. Além dos inevitáveis Superman, Batman e da aguardada Mulher Maravilha, tínhamos o Lanterna Verde, Flash, Aquaman , Homem Borracha (que tinha desenho próprio na época), vilões como Brainiac, Coringa e Darkseid, bem como heróis nem tão famosos na época, como Gavião Negro, Arqueiro Verde e Ciborgue, dos Titãs (que fazia uma participação bacana no desenho, ao lado do Nuclear, nesse contexto como novos recrutas da Liga). Era a primeira vez que o público podia colecionar bonecos da DC tão articulados e coloridos. (...)
A Kenner ainda lançou muitas outras séries memoráveis que preencheram as fileiras da minha coleção: Total Justice, Batman Animated, figuras do filme do Batman... Hoje, para quem está acostumado com Hot Toys, Dc Collectibles e Marvel Selects, parece até bobagem o deslumbramento com esses bonecos pouco articulados. O que se perde nessa análise é o impacto, o frisson na molecada ao ver, pela primeira vez, os personagens tão amados disponíveis para tardes inteiras de aventuras. A gente não tinha, até então, tantas opções, coleções tão completas. Claro, outras empresas se lançaram com força no mercado (notadamente, Hasbro e Mattel são destaque), mas me arrisco a dizer que, se a Kenner não tivesse trilhado o caminho das pedras, talvez outras empresas não tivessem se arriscado tanto.
A Hasbro tem seu embrião dos G.I. Joe lançado lá nos distantes 1964, mas os bonecos é que deram origem à franquia (não eram personagens que, de tão amados, ganharam suas versões em plástico). Masters Of Universe, da Mattel, só veio à luz em 1981 (portanto, pós sucesso dos Star Wars da Kenner) e, por mais que hoje os personagens tenham uma legião de fãs, na época o desenho era o veículo para apresenta-los com vistas na venda de colecionáveis. E mesmo os “adversários” dos Super Powers da DC, os heróis e vilões da Marvel lançados na série “Secret Wars” (também da Mattel) no mesmo ano de 1984, são uma resposta tímida em comparação, apresentando figuras com menor qualidade e com menos personagens (não que isso importasse na época; a gente comprava apaixonado da mesma forma). Por isso tudo, há de se cumprimentar a Kenner pelo papel revolucionário no mercado de bonecos.
Muitas outras séries saíram pela empresa: Centurions, Chuck Norris (!!!), Mulher Biônica, O Homem de Seis Milhões de Dólares, Alien e Predador, O Sombra, SilverHawks, Bill e Ted, séries dos Transformers, os desenhos de tv Ursinhos Carinhosos (!!!!!), Gárgulas e Caça-Fantasmas, Parque dos Dinossauros, VR Troopers, Exterminador, RoboCop, as primeiras figuras de Indiana Jones... A lista é de perder de vista! Fica difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um de seus personagens prediletos recriados como bonequinho!(...)

Tomo a liberdade de linkar aqui minha postagem original, caso tenha interesse em ver.
Abraços!!!

http://www.figurasdeacao.com.br/phpBB3/viewtopic.php?f=28&t=28044&hilit=+kenner

[PERNIZILA]

Amigo, seu texto é muito bacana!
Mesmo assim, sem querer ser chato ( mas já sendo), algumas correções.

Propositalmente, ignorei as figuras Marvel de 5”, porque ainda eram confundidas com brinquedos.

Existe opinião e existe fato. Não importa o tamanho, a escala dos action figures. Eles são, em essência, brinquedos. E isso não é opinião, é um fato. A questão de coleciona-los de forma “séria” não muda sua origem. Uma coleção de caixas de cigarro, ainda que coleção, é composta por caixas de cigarro, que não mudam sua origem apenas pela intenção do colecionador. Um CD é um CD, independente de ser infantil, de rock ou de música clássica. Assim, não há confusão em relacionar figuras de 5’’ com brinquedos. Nem de 6’’, etc.

O próximo grande estágio, depois que os DC Directs e DC Super Heroes vieram na esteira dos Legends, foi quando a McFarlane Toys deu a seriedade que o mercado precisava e abriu o leque para as figuras de filmes.

A DC Direct veio antes da Marvel Legends Toy Biz (respectivamente, 1998 e 2002). A Mc Farlane, veio ainda antes: 1994. Mas muito antes disso, a Kenner já lançava figuras de filmes (Star Wars).

Talvez seu equívoco maior seja ignorar toda a história precedente, rica, nascida bem antes do advento da Marvel Legends. Peço licença para postar aqui um trecho de uma postagem minha, aqui mesmo no fórum, falando um pouco sobre a Kenner:

Colecionismo e paixão são, de fato, palavras indissociáveis. Você só coleciona aquilo que, de algum modo, aquece suas emoções, brinca com suas lembranças (ou manias), afaga seu ego ou desejos de fã. Os itens de uma coleção se comunicam mais com o mundo imaginário do colecionador do que com o mundo físico em si. (...)
Todo mundo tem uma série preferida, quando se fala em bonequinhos. Muitas vezes, uma empresa mais apreciada, um tamanho predileto. No meu caso, há um amor e uma espécie de gratidão a uma empresa que, se hoje não parece grande coisa, já foi um pilar do nosso colecionismo e, com toda a certeza, ajudou a revolucionar o mercado e estabelecer um formato (o padrão 3.75’ só é hoje tão aceito e apreciado porque a empresa investiu pesado no formato): A Kenner.
Os mais novinhos (ou novatos) talvez não reconheçam a Kenner como uma marca de sucesso. Com um fim um tanto melancólico, absorvida primeiro pela Tonka e, depois, pela Hasbro, a Kenner já foi responsável por duas das séries mais apreciadas, amadas e cultuadas do mundo das action figures. (...)
1978 foi um ano muito especial (...), a Kenner, fundada em 1947 pelos irmãos Steiner, em Ohio, preparava-se para sequestrar a atenção dos milhões de espectadores encantados com a mais inesquecível saga dos cinemas de todos os tempos, Guerra Nas Estrelas (que o tempo e o marketing nos obrigaram a “renomear” de Star Wars). Foi neste ano que a empresa lançou sua primeira série de figuras articuladas baseadas no filme que arrebanhou tantos fãs no ano anterior. Luke, Han Solo, Chewbacca, Leia, R2-D2, C-3PO, Ben Kenobi e o temível Darth Vader já davam o ar da graça logo de cara, numa coleção que, para época, apresentava uma qualidade inquestionável. (...)
Mas a Kenner não se acomodou com o sucesso de suas figuras baseadas na franquia dos Skywalkers. Em 1984, a empresa lançaria outra coleção cultuada até hoje pelos mais saudosistas, talvez uma das maiores referências em matéria de action figures: Super Powers! A série, que conseguia se aproximar bastante dos traços dos quadrinhos e, em certa medida, do popular desenho dos “Superamigos”, apresentava os grandes figurões da DC Comics em bonecos bonitos, vistosos, que enchiam os olhos. Além dos inevitáveis Superman, Batman e da aguardada Mulher Maravilha, tínhamos o Lanterna Verde, Flash, Aquaman , Homem Borracha (que tinha desenho próprio na época), vilões como Brainiac, Coringa e Darkseid, bem como heróis nem tão famosos na época, como Gavião Negro, Arqueiro Verde e Ciborgue, dos Titãs (que fazia uma participação bacana no desenho, ao lado do Nuclear, nesse contexto como novos recrutas da Liga). Era a primeira vez que o público podia colecionar bonecos da DC tão articulados e coloridos. (...)
A Kenner ainda lançou muitas outras séries memoráveis que preencheram as fileiras da minha coleção: Total Justice, Batman Animated, figuras do filme do Batman... Hoje, para quem está acostumado com Hot Toys, Dc Collectibles e Marvel Selects, parece até bobagem o deslumbramento com esses bonecos pouco articulados. O que se perde nessa análise é o impacto, o frisson na molecada ao ver, pela primeira vez, os personagens tão amados disponíveis para tardes inteiras de aventuras. A gente não tinha, até então, tantas opções, coleções tão completas. Claro, outras empresas se lançaram com força no mercado (notadamente, Hasbro e Mattel são destaque), mas me arrisco a dizer que, se a Kenner não tivesse trilhado o caminho das pedras, talvez outras empresas não tivessem se arriscado tanto.
A Hasbro tem seu embrião dos G.I. Joe lançado lá nos distantes 1964, mas os bonecos é que deram origem à franquia (não eram personagens que, de tão amados, ganharam suas versões em plástico). Masters Of Universe, da Mattel, só veio à luz em 1981 (portanto, pós sucesso dos Star Wars da Kenner) e, por mais que hoje os personagens tenham uma legião de fãs, na época o desenho era o veículo para apresenta-los com vistas na venda de colecionáveis. E mesmo os “adversários” dos Super Powers da DC, os heróis e vilões da Marvel lançados na série “Secret Wars” (também da Mattel) no mesmo ano de 1984, são uma resposta tímida em comparação, apresentando figuras com menor qualidade e com menos personagens (não que isso importasse na época; a gente comprava apaixonado da mesma forma). Por isso tudo, há de se cumprimentar a Kenner pelo papel revolucionário no mercado de bonecos.
Muitas outras séries saíram pela empresa: Centurions, Chuck Norris (!!!), Mulher Biônica, O Homem de Seis Milhões de Dólares, Alien e Predador, O Sombra, SilverHawks, Bill e Ted, séries dos Transformers, os desenhos de tv Ursinhos Carinhosos (!!!!!), Gárgulas e Caça-Fantasmas, Parque dos Dinossauros, VR Troopers, Exterminador, RoboCop, as primeiras figuras de Indiana Jones... A lista é de perder de vista! Fica difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um de seus personagens prediletos recriados como bonequinho!(...)

Tomo a liberdade de linkar aqui minha postagem original, caso tenha interesse em ver.
Abraços!!!

http://www.figurasdeacao.com.br/phpBB3/viewtopic.php?f=28&t=28044&hilit=+kenner

Muito bacana o texto, Hal!
Trouxe-me muitas lembranças da minha infância. Histórico bem legal e detalhado (muitas informações eu não sabia ou não lembrava)!

Porém, lembre-se que a cronologia do que escrevi é baseada na minha experiência, dentro desse meio. Os relatos e os comentários estão amarrados à forma de como fui apresentado e vivi essas sensações, desde o início da minha vida de colecionador, nos últimos 7-8 anos. Certamente, não é um histórico dos colecionáveis, como o seu texto.

No meu "mundinho", tudo que estava antes dos Marvel Legends, considerei como brinquedo, pois realmente brincava com eles na infância. A questão não é de ignorar a história dos colecionáveis ou deturpá-la, mas não considerá-la dentro do histórico do que experimentei. A ordem apresentada também está relacionada à minha vivência. A maioria dos colecionadores que conheço, assim como eu, tiveram contato com a McFarlane após os Movie Maniacs (acho que foram lançados em 2004 ou 2005), e começaram a levar a coleção a "sério" daí para frente.

Gostei da conversa!

[duranteb2001]

Dois textos fantásticos sobre esse hobby/mania q todos aqui partilham. Parabéns aos autores, tanto ao Hal pelos detalhes nas informações, quanto ao Pernizila pela nostalgia e a abordagem na forma como nossas coleções "evoluem" (atualmente enfrento o problema do espaço e disposição das figuras de 6" e 7", assim como já comprei meus primeiros Hot Toys, q de tão perfeitos, quase obrigam a gente a redecorar a casa inteira!!!... e haja grana!!!)

[Hal Jordan]

Legal! Muito bacana!
Mas tudo que veio depois, vem até hoje, ainda pode ser brincado!!!

[PERNIZILA]

Dois textos fantásticos sobre esse hobby/mania q todos aqui partilham. Parabéns aos autores, tanto ao Hal pelos detalhes nas informações, quanto ao Pernizila pela nostalgia e a abordagem na forma como nossas coleções "evoluem" (atualmente enfrento o problema do espaço e disposição das figuras de 6" e 7", assim como já comprei meus primeiros Hot Toys, q de tão perfeitos, quase obrigam a gente a redecorar a casa inteira!!!... e haja grana!!!)

Valeu, Durante!
Desisti das escalas maiores por espaço e porque gosto de interagir, na prateleira, personagens de diversos universos.

Legal! Muito bacana!
Mas tudo que veio depois, vem até hoje, ainda pode ser brincado!!!

Minha esposa veio depois e não "brinca" mais comigo faz tempo...

[PERNIZILA]

Num país hipotético, muito parecido com o Brasil e chamado de República Federativa dos Bonecos, a moeda é o boneco. Nesse país, há uma grande demanda por colecionáveis vindos de fora, fabricados em países de economia mais forte.

Quando o colecionável é fabricado, ele custa para o idealizador e fabricante o equivalente à  1 boneco, levando em conta todo o projeto, licença, trabalhos, custos fixos, etc. Esse mesmo colecionável será vendido para o importador da República Federativa dos Bonecos pelo preço de 2 bonecos.

O importador, além do custo de 2 bonecos, terá o custo de frete, que consideraremos como mais 1 boneco, e custos de impostos, os quais são calculados da seguinte forma:
=> 60% x (Custo da Mercadoria + Frete) + ICMS (consideraremos 18%) + custos de desembaraço, etc (consideraremos 5%).

Até aqui, nosso colecionável custou:
- 3 bonecos + 60% x 3 bonecos + 18% x 3 bonecos + 5% x 3 bonecos = aprox. 5,5 bonecos.

O importador, que é um “porco capitalista, malvado e sem coração”, utilizará uma margem  de 50%, pois paga de impostos algo em torno de 12% e custos fixos em torno de 15%, sobrando apenas 23% como fundo de caixa.

O colecionável será comercializado pelo lojista, que também é um “capitalista, asqueroso e aproveitador”. Ele pagará:
- 5,5 bonecos + 50% x 5,5 bonecos = 8,25 bonecos.

Considerando que a margem do lojista é um pouco menor, sendo apenas 30%, pois paga 10% em impostos na emissão de uma nota fiscal e mais 5% em custos fixos, sobrará apenas 15% de fundo de caixa. O pobre colecionador então pagará:
- 8,25 bonecos + 30% x 8,25 bonecos = 10,72 bonecos + frete (se houver).

No final de todo o percurso, desde a fábrica até a ponta, cada um lucrou:
- Fábrica: 1 boneco;
- Frete transcontinental: 1 boneco;
- Importador: 23% x 5,5 bonecos = 1,26 bonecos;
- Lojista: 15% x 8,25 = 1,23 bonecos;
- Rep. Bonecos: 60% x 3 bonecos + 18% x 3 bonecos + 10% x 10,72 bonecos = 3,41 bonecos.

Todos que tem participação no processo de criação, venda, risco, estoque, ponto de venda e outros, ganham 1/3 do que ganha o “governo inflado” da República dos Bonecos, o qual não tem qualquer trabalho e adota essa medida como política protecionista.

- “Ah, Pernizila! Seu capitalista imundo! O importador e lojista ganham muito mais que isso!”                      
- “OK” - eu digo. Apesar dos valores de margem serem variáveis, os impostos são fixos e os custos operacionais são aproximadamente os expostos (se não forem maiores). Sem contar que 1 boneco equivale à apenas 0,41 premium format (moeda mais forte, do país de origem do colecionável).

Enfim, descobrimos “alguém” que ama mais os colecionáveis do que os próprios colecionadores. “Remember, remember...”

[bzorio]

Vale lembrar que estes valores são hipotéticos, apesar dos impostos da República Federativa dos Bonecos serem bem reais.

Belíssimo texto. Creio que ajudará muito boçal que só sabe reclamar dos preços (provavelmente porque não tem tanto dinheiro quanto gostaria ou é um boçal mesmo) a entender mais da vida de um CNPJ na República Federativa dos Bonecos.

[gregio]

E também sendo bem otimista nesse processo de importação aí! Mas praqueles que gostam de ser torturados, dá pra gente mostrar na real como a coisa é...
Lembrando que aqueles famosos 60% de Imposto de Importação (I.I.) só valem para os processos que tenham um valor total de no máximo US$ 3 mil, que se encaixam no processo simplificado de importação feito através de uma "Declaração Simplificada de Importação" (DSI - confere naquele documeneto que cara dos correios te entrega junto com sua caixinha!). Num processo maior, cai na D.I. mesmo - Declaração de Importação. É aí que se separa os meninos dos homens pq o processo fica realmente bruto! É nesse tipo de importação que as distribuidoras existentes no Brasil se encaixam.
As alíquotas mudam de acordo com cada tipo de produto mas pegando os bonecos mesmo, nós temos:

Imposto de Importação - 35% sobre o produto + frete
IPI - 20% sobre o produto + frete + I.I.
ICMS - 18% sobre o produto + frete + I.I. + IPI
PIS - 1,65% sobre o produto + frete + I.I. + IPI + ICMS
COFINS - 8,60% sobre o produto + frete + I.I. + IPI + ICMS + PIS
ICMS de Saída - varia de acordo com o tipo de empresa
ICMS de Substituição Tributária - varia de Estado a Estado


Sim, os impostos são em efeito cascata, um sobre o outro.
Mas não termina ainda! Numa importação ainda existem os custos fixos:
- Taxa de Desembaraço
- Taxa de utilização do SISCOMEX
- SDA (taxa do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros, sim o importador que paga o sindicato, em todos processos de importação!!!)
- Taxa de Armazenagem no Armazém Alfandegado
- Transporte da Área de Desembarque para o Armazém Alfandegado
- Taxa de Expedição da Licença de Importação
- Transporte Interno (do Armazém Alfandegado até o depósito do importador)

Isso considerando que nem foi preciso certificar o produto!!!

Tá bom ou é pra listar mais??? Eu nem listei os custos do transporte, pq não é só o transporte em si, como se estivesse despachando nos correios! É o custo de coleta na fábrica/distribuidor, taxa de embarque, taxa de desembarque, taxa de consolidação, custo do combustível, seguro, custo do transporte "propriamente dito" e mais alguma coisa que eu estou esquecendo agora mas depois eu incluo!

[PERNIZILA]

Vale lembrar que estes valores são hipotéticos, apesar dos impostos da República Federativa dos Bonecos serem bem reais.

Belíssimo texto. Creio que ajudará muito boçal que só sabe reclamar dos preços (provavelmente porque não tem tanto dinheiro quanto gostaria ou é um boçal mesmo) a entender mais da vida de um CNPJ na República Federativa dos Bonecos.

Valeu, Bruno!

E também sendo bem otimista nesse processo de importação aí! Mas praqueles que gostam de ser torturados, dá pra gente mostrar na real como a coisa é...
Lembrando que aqueles famosos 60% de Imposto de Importação (I.I.) só valem para os processos que tenham um valor total de no máximo US$ 3 mil, que se encaixam no processo simplificado de importação feito através de uma "Declaração Simplificada de Importação" (DSI - confere naquele documeneto que cara dos correios te entrega junto com sua caixinha!). Num processo maior, cai na D.I. mesmo - Declaração de Importação. É aí que se separa os meninos dos homens pq o processo fica realmente bruto! É nesse tipo de importação que as distribuidoras existentes no Brasil se encaixam.
As alíquotas mudam de acordo com cada tipo de produto mas pegando os bonecos mesmo, nós temos:

Imposto de Importação - 35% sobre o produto + frete
IPI - 20% sobre o produto + frete + I.I.
ICMS - 18% sobre o produto + frete + I.I. + IPI
PIS - 1,65% sobre o produto + frete + I.I. + IPI + ICMS
COFINS - 8,60% sobre o produto + frete + I.I. + IPI + ICMS + PIS
ICMS de Saída - varia de acordo com o tipo de empresa
ICMS de Substituição Tributária - varia de Estado a Estado


Sim, os impostos são em efeito cascata, um sobre o outro.
Mas não termina ainda! Numa importação ainda existem os custos fixos:
- Taxa de Desembaraço
- Taxa de utilização do SISCOMEX
- SDA (taxa do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros, sim o importador que paga o sindicato, em todos processos de importação!!!)
- Taxa de Armazenagem no Armazém Alfandegado
- Transporte da Área de Desembarque para o Armazém Alfandegado
- Taxa de Expedição da Licença de Importação
- Transporte Interno (do Armazém Alfandegado até o depósito do importador)

Isso considerando que nem foi preciso certificar o produto!!!

Tá bom ou é pra listar mais??? Eu nem listei os custos do transporte, pq não é só o transporte em si, como se estivesse despachando nos correios! É o custo de coleta na fábrica/distribuidor, taxa de embarque, taxa de desembarque, taxa de consolidação, custo do combustível, seguro, custo do transporte "propriamente dito" e mais alguma coisa que eu estou esquecendo agora mas depois eu incluo!

Ótimo adendo, Gregio!
Enriqueceu muito o texto o seu detalhamento.

[WiggBor]

Só feras! Belo conteúdo

Como importo 80% de minha coleção sei o quanto de bonequinhos marchamos em tribuação, logo de mim ninguém vai ler algum comentário sobre o valor de alguma venda anunciada estar muito caro. Basta não comprar e pronto . . .

[PERNIZILA]

Só feras! Belo conteúdo

Como importo 80% de minha coleção sei o quanto de bonequinhos marchamos em tribuação, logo de mim ninguém vai ler algum comentário sobre o valor de alguma venda anunciada estar muito caro. Basta não comprar e pronto . . .

Agradeço pelo comentário.
De qualquer maneira, quando vc é tributado, saiba que o governo ganhou mais que todo mundo, mesmo não havendo distribuição e revenda.


Gregio,

Quando o processo de importação é realizado pela FEDEX, utilizando-a como despachante aduaneiro, não há o pagamento da taxa do sindicato (só não lembro o motivo) e tem saído mais barato o serviço de desembaraço.