Aumento de imposto sobre importados encarece brinquedos
O governo anunciou nesta terça-feira (28) uma medida pra ajudar os fabricantes brasileiros de brinquedos. O imposto sobre os concorrentes importados subiu. Mas o preço para os consumidores deve aumentar.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/12/aumento-de-imposto-sobre-importados-encarece-brinquedos.html
O governo anunciou nesta terça-feira (28) uma medida pra ajudar os fabricantes brasileiros de brinquedos. O imposto sobre os concorrentes importados subiu. Mas o preço para os consumidores deve aumentar.
Guerra é guerra. E para defender seu lugar na prateleira os brinquedos brasileiros acabam de aplicar um duro golpe nos importados.
A partir de agora, as tentações que chegam do exterior vão ter de pagar 35% de imposto, 15 pontos percentuais acima dos atuais 20%.
Os fabricantes locais esperam que a nova barreira consiga frear os chineses, que, só nos últimos três anos, já provocaram o fechamento de 15 mil vagas em fábricas no Mercosul, na Argentina, urugyuai, Paraguai e Brasil.
Segundo os fabricantes de brinquedos brasileiros, o imposto mais alto sobre os importados pode ajudá-los a enfrentar um concorrente que chega ao Brasil, principalmente vindo da China, artificialmente fortalecido, com preços mais baixos do que deveriam ser, graças a fábricas que pagam salários menores, menos impostos e que ainda se beneficiam na hora do câmbio.
O brinquedo chinês chega mais barato também porque o governo de Pequim mantém a moeda desvalorizada.
“Conter a importação chinesa não tem jeito. Se eles não vêm de um jeito, eles vêm de outro. Ele já entra com vantagem, além de sonegar, subfaturar e tudo o mais. Então, para parar de falar nisso, a gente está buscando maior competitividade. Mas a concorrência tem que ficar mais leal”, declara o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa.
Dono de sete lojas, o comerciante de brinquedos Marcelo Mowade discorda. Para ele, seria melhor baixar os impostos de componentes importados para melhorar os brinquedos nacionais.
“A gente fica preocupado porque é mais um movimento na contramão da tendência mundial da competição, da concorrência global. Os preços acabam refletindo mesmo na etiqueta da prateleira. Quem paga a conta é o consumidor”, afirma o comerciante.
Os preços dos importados devem subir pelo menos 10%. “Brinquedo de R$ 100 vai pra R$ 110. Quer dizer, a diferença é muita. Um monte de crianças... Vai pesar no bolso”, conta a advogada Joana Bacellar.
“Darei preferência ao nacional pela diferença de preço. Desde que seja mais barato, porque, se for igual, eu pego um de melhor qualidade”, afirma a corretora Daniele Ribeiro Salomão.